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terça-feira, 28 de outubro de 2008

Sonho

Numa noite acordei sobressaltada com um sonho mesmo muito estranho. Ainda estava muito vivo na minha mente e, pela primeira e única vez, tive a iniciativa de registar esse sonho. Peguei num bloco que tinha junto à cama e numa caneta e tentei lembrar-me do sonho o mais detalhadamente possível. Com pressa para tentar não esquecer pormenores, isto foi o que escrevi:

"... Encontrava-me num pátio, talvez a passear, talvez a fazer outra coisa qualquer. A determinada altura dou-me conta que mais pessoas estavam lá: vislumbrei pelo canto do olho o Aang* e a Katara* juntos dentro de uma das duas cabanas de palha que ocupavam grande parte do enorme pátio. Segui como se nada fosse, para continuar a fazer o que fosse que estava a fazer...

Katara e Aang vêm ter comigo pouco tempo depois. E passado alguns segundos passei para o corpo da Katara - eu era a Katara. Vi então pelos olhos dela a outra pessoa quem eu era suposto ser, mas não a reconheci. Ela então começou a fazer uma demonstração do que parecia uma mistura entre waterbending* e earthbending* para impressionar Aang e a Katara (eu), mas sem muito sucesso.

Entretanto aparecem mais pessoas da nossa idade que seguiam alguém muito mais velho, dando a sensação de ser o mestre destas. Este mandou a minha ex-eu parar com a exibição e chamou-nos a todos para entrar no edifício no meio do lago. Fomos então todos atrás dele pela ponte muito fina que ligava o continente à ilha com o edifício que a preenchia por completo.

Quando entrámos quase tudo mudou: o cenário, o aspecto físico de cada um, ... Mas as personagens ainda faziam o mesmo papel, isto é, ainda éramos jovens a ser comandados por um chefe que se impunha a todos os outros.
Agora ninguém tinha poderes especiais, e estávamos todos dentro de um Bunker. A primeira acção foi feita pelo capitão que adicionou mais uma fechadura à sala principal onde só ele possuía a chave. Mas quase na mesma altura chegou aquela pessoa perturbadora que queria mandar à força toda. E aquela nova fechadura só a deve ter irritado ainda mais do que deu a entender inicialmente, pois o sonho saltou directamente para a parte em que essa pessoa começa a esfaquear e a dar tiros em toda a gente, conforme fossem aparecendo à frente dela.

Quando dei por mim estava a ser deixada viva. Isto porque, ao que parece (de repente soube logo qual a razão) eu tinha sido amante dela até à pouco tempo (eu agora era um homem pequenino e franzino que não podia fazer nada contra uma mulher armada) e porque, de alguma maneira, ambos tínhamos visto o futuro e sabíamos os dois que a minha morte seria a última.
Em completo desespero presenciei todas as mortes, e mesmo quando tentava impedi-la não era bem sucedida.

Tinha chegado a minha vez. Mais ninguém estava vivo e ninguém a podia impedir. Lutámos com pistolas que rapidamente ficaram com o carregador vazio, e de seguida com facas. No entanto ela diz-me que não quer acabar isto assim e que, lutando contra o destino, ia-me deixar viver. Eu, enojada pela proposta dela (como se eu quisesse alguém que acabou de matar dezenas de pessoas), sem forças, estava petrificada, não sabia o que fazer. Ela faz-me levantar e seguimos para a porta quando alguém muito parecido com a minha professora primária entra com o marido e a filha.

Quando a minha professora aproxima-se para nos cumprimentar a minha ex-amante tira uma faca, de sabe-se lá de onde, e corta o pescoço à mulher. No meio da confusão eu acabo por sair da casa que, a olhar para ela de fora, é igual à casa da minha avó em trás-dos-montes em Cerva.
Enquanto estou a descer (a casa da minha avó é numa rua inclinada) com muito esforço, apercebo-me que estou acompanhada pelo meu pai (no entanto esse facto não me espanta). E quando olho para mim já sou eu, a Joana de 19anos.

Enquanto corremos o meu pai diz-me para eu entrar no carro depressa. Coloquei as muletas que tinha na mão (acho que tinha tirado as muletas à assassina para ganhar alguma vantagem, apesar de em nenhum momento anterior ela parecer aleijada) no banco de trás e apressei-me a sentar. O meu pai abafado com o esforço diz que agora era directo até ao Algarve para fugirmos da psicopata que a qualquer momento podia sair de dentro de casa e matar-nos. Dentro do carro baixámo-nos de maneira a que ninguém nos conseguisse ver do lado de fora e o meu pai acelera.

A meio da descida acordei."

*Katara e Aang são personagens de uma animação do canal Nicklodean, que costumava ver com frequência, onde se tem o poder de manejar e transformar os 5 elementos. Neste caso waterbending (água) e earthbending (terra).
** Até hoje este é o sonho do qual me lembro melhor e recordo-me com mais pormenor. Grande parte devido, provavelmente, ao esforço e ao tempo que me dediquei a anota-lo.
*** Na aula em que escrevemos os sonhos, não escrevi este, decidi-me por contar um dos meus recorrentes sonhos com elevadores, onde eles passam do rés-do-chão e continuam pela terra adentro. Mas depressa me apercebi que já só me lembrava dele muito no geral e os pormenores que tanto me intrigaram na altura já não me recordava. O grande tempo que tinha demorado a escrever na aula tinha sido mesmo para tentar lembrar de mais alguns detalhes.

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