O Homem reconhece a sua alma na sua sombra e uma sombra na sua alma.
Somos nós mas não somos. O nosso eu corpóreo não é a nossa sombra, mas é a nossa alma, que faz parte de nós.
Por volta dos anos 1800 a sombra era considerada uma emancipação pessoal mais eficaz do que as informações que a pessoa pudesse dar sobre o seu interior.
"Shadow analysis" de Lavaterian ditava que na leitura das sombras se descobria a moral das almas das pessoas. As crenças de um psysiognomist eram "what the person conceals, the shadow reveals".
Era através da sombra que um individuo era determinado, onde a sua identidade era definida.
Na observação de sombras a imaginação é necessária para imprimir detalhes na nossa mente, possíveis de se renovar e modificar conforme o nosso prazer, criando imagens de maneira perfeita como se realmente as estivéssemos a ver.
Isto é possível pois conseguimos ter uma fácil percepção de semelhanças entre objectos. Assim, quando algo nos é apresentado (mesmo sendo abstracto como formas de cicatrizes), temos a capacidade de criar uma relação de semelhanças entre este e outro objecto. Descobrimos rapidamente ao que a forma se assemelha.
Esta capacidade, só por si, cria uma linguagem própria, natural e inteligível.
A short history of the shadow by Victor I. Stoichita